O boi não sabe física,
não aprendeu biologia
nem nunca se interessou
por álgebra linear.
A ideologia do boi
é o instinto. Comer,
dormir. adubar a terra
com suas fezes. e mijar
sem se preocupar com
privacidade ou infecções
urinárias.
Os bois são fortes.
Eles não falam mal
da vida alheia, não
amam nem recebem
faturas atrasadas
do cartão de crédito.
O boi não tem sonhos.
Não compra máscaras
no carnaval. O boi não
comemora sem motivos
e nem se tiver algum.
O boi não festeja, não sorri
nem se satisfaz, mesmo sendo
quem mais deveria fazê-los.
O boi não usa óculos.
Ele não tem problemas
nem no fígado nem na vida.
O boi anda. Só anda.
Anda para o matadouro.
E eu, homem feito.
Humano competente
em busca de felicidade.
Protótipo de astronauta,
modelo de ética e paz armada.
Teórico da sociedade
separatista-igualitária,
gênio da sabedoria do nada
e quantificador da escala universal
da inutilidade diária estudantil.
Eu raciocino. Destruo o mundo
construindo casas. Destruo o mundo
comprando meu almoço, me conectando
na internet. Destruo o mundo abrindo a
porta. Tomando banho. Parado, tomando
um ar fresco: destruo o mundo. Transando,
dirigindo ou cozinhando: estou destruindo o
mundo.
Mastigo os dias irrisórios e observo
o holocausto que causo a cada dia comum.
O boi é um protótipo de raça perfeita.
terça-feira, 7 de janeiro de 2014
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