sábado, 30 de julho de 2011

Ameixas Podres

As ameixas apodrecem
ali num canto desta sala
e meu canto meio azedo
é para o cheiro que a ameixa exala
Cavando meu túmulo
e comendo umas ameixas podres
canto para as minhas esquinas
e para os relutantes que ainda me ouvem

Sou madeira de piano
sou vinho e sou escritor (?)
sentado em meu versos
como uma ameixa já sem cor
Talho minha lápide
e calejo um pouco meus dedos
beijo os lábios da moça
seu cheiro e seus arremedos

Um abajur aceso na madrugada
cortando a escuridão como navalha
um grito surdo fura o silêncio feito punhal
uma prece desesperada, de uma voz já falha
Bardo que insiste nas mesmas histórias
que não se cansa dos belos prazeres
da primeira vez em que se viu
transbordando os limites da glória

Um nobre homem marginal
na estrada de barro e de ferro
procura um um divisa
entre a lucidez e insanidade mental
entre a luz do céu e a luz do inferno
Estou entre os escombros
Eu sou grande parte estas ruínas
Eu, minhas ameixas podres
e o gosto que ainda me fascina

Porém
numa dessas noites de tristezas
Entre as ameixas podres
desabrocha uma tímida flor
que se alastra pelos escombros
coagulando sangramentos
acabando com qualquer dor
Essa flor é você menina
Dona dos meus poemas
a Senhora do meu amor




Obrigado você, que me dá inspiração, que me faz acordar feliz, que me dá os risos bobos quando eu menos (?) preciso. Você  que eu adoro escutar, mesmo quando em silêncio. Meu primeiro e meu último desejo do dia (mesmo que deseje só tua presença).Te amo.

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