E como anda a vida, João?
A vida anda e este é um fato irrefutável.
Por vezes claudicando, perdendo a força.
Mas, como o cacto do sertão, persiste.
Persisto no mesmo erro.
Digito a mesma tecla.
Aaaaaaaaaaaaaaaaaaaa.
Sigo as normas da língua.
Mesmo não acreditando nelas.
Persisto no mesmo erro.
No meu erro, no erro dos outros.
Persisto na vida.
Mas e a vida, como tá, João?
A vida tá foda.
Parece um cigarro.
Um cigarro prestes a acabar,
prestes a se perder em cinzas.
Cinzas estas que serão esquecidas pelo mundo,
por mim e pela vida. A mesma vida que anda claudicando.
Um cigarro que lhe consola, que lhe trás amor.
Um cigarro de esperanças se esvaindo na sua mão.
Mão.
Mão na roda.
Roda viva.
Viva a roda.
Rode.
Mas e a vida, João, como fode?
A vida é uma cama de motel.
Já não sei se fodo ou se sou fodido.
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ResponderExcluire este teu desespero poético... este teu lirismo...
de vez em quando me pergunto se me entende. e, sorrindo, respondo a mim mesma que sim.
só não sei se eu lhe entendo, moço... adoraria ter certeza.
por hora, me conformo com o entendimento fugaz que me é permitido.
um beijo,
Você é foda e pronto e essa menina aí de cima é arretada!
ResponderExcluirVocês são as duas pessoas mais interessantes que conheci com esse blog. Tem a letícia também, mas ela quase nunca passa por aqui mais. Obrigado por isso.
ResponderExcluirTe escrevi respondendo esse último comentário, talvez as palavras não foram suficientes e a internet resolveu me ajudar a reescrever. Se essa Letícia retratada anteriormente for eu, fique ciente e lembre-se da minha falta de jeito com as palavras. Sou sua leitora, desde a sua apresentação. Naquele dia foi fantástico saber sobre suas escritas. Você me inspira. Sabe disso.
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