sábado, 18 de janeiro de 2014

despertar

    vejo as fotos nos livros de história.

em toda a infinitude do universo
o homem urbano é a maior
das anedotas ruins.

    não sei das datas ou dos fatos

seus carros, suas facas e ilusão.
o pão de cada. o pau de cada dia.
o mau de toda manhã. a mão do dia anterior.

    me perco entre cabelos, bigodes, olhos e invalidades.

teorias de vida não se resumem em fórmulas.
os cálculos não nos dão respostas
para o mundo nosso, real e desmistificado.

    vejo as fórmulas nos livros de física.

os deuses da criação, da destruição e da vida besta
não medem forças para suas ações.
como eu, eles apenas agem, são e sorriem.

    não sei minha massa, tempo ou velocidade.

Uma volta no planeta e nada muda.
Os animais ainda são os mesmos. Inteligentes,
eles não comemoram o Reveillon.

    me perdi em nos universos paralelos. não me acharei.

e nas madrugadas onde o tempo não age,
peço ao universo para roubar-me.
roubar-me, levar-me embora. tirar-me da placidez de meu mundo.

    na flacidez da vida, o destino não tem meios de orientação. o acaso impera sobre as ruas.

as rotas de mudança passam por dentro de mim.
tenho que me demolir e reconstruir-me sem recursos.
farei a mágica como fizeram no Japão.






Um comentário:

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