segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

desvirgir

Das quatro barreiras
de cores desbotadas
Um canto silencioso me toma por inteiro
descarrego os meus anseios
num envolvente dançar de seios
O tilintar da voz doce de menina
chama a atenção de um homem que tenta negociar com o sono
no corredor do hotel Maresia
Ápice inigualável
faz a reta transformar-se em curva
Seus serenos olhos
dão voltas e voltas
no delírio mais ambicioso
O pulso que saltava
agora levemente exala
o cheiro de uma alforria
de inocência
Um dos frutos maduros da paciência
que despenca de sua árvore
no meio de uma turva adolescência

Não necessariamente numa noite de chuva
tira-se o sumo da vulva
mas num dia corriqueiro
de uma semana corrida

E no calor do momento
a menina esquece das preces
só consegue pensar
no balão que torna a inflar de maldade
sua inocentemente
classificação de acerto
que no futuro traserá angústias
de tempos mal vividos
de amores mal amados
de mãos mal ousadas
Se arrependerá de cada segundo
e morrerá sem herdeiros
num quarto barato
do hotel maresia

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