Em minha mão
carrego um pedaço do paraíso
são teus cabelos
escorrendo
por entre os dedos
da minha
negra
mão
Meus ouvidos
são presenteados
com tuas rosas histórias
Deitado em teu colo
esqueço-me dos problemas
Meu resquício de mente
se transforma
e ganha a forma de um mar
não o mar sujo dos humanos
um mar branco
sem nenhum risco de sonho
negro
sem nenhum poema sobre amor
negro
sem nenhuma estória
negra
sem nenhuma ponta
negra
rasgando-lhe o peito
sem nenhuma tinta
negra
para mancha-la
somente tu
tens esse
negro
poder
de me prender
fazendo-me
perder-me em tuas coxas
dentro das saias frouxas
de teus vestidos
rodados
babados
enrolados
no doce balançar
da dança do Xangô
aos batuques
negros
de atabaque
Meu amor
meu
negro
amor
segunda-feira, 11 de abril de 2011
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Ninguém é autossuficiente de pensamento.