Acordei-me sonolenta
e me olhei no espelho
Onde as curvas se sustentam?
não reconheço o que vejo
Vi-me desvirginada
desfeita em rugas
todas escancaradas
verdadeiras vulvas
Sou estranha no vidro
não me dou bem com a estima
e com espelhos não lido
no meu próprio corpo faço chacina
matando a bela dama
apagando a velha chama
nas cobertas da cama
quentes , cuidando do calor
do amor
dos velhos amigos
peitos caídos
carícias e beijos
não reconheço o que vejo
nesses reflexos turvos do espelho
Do que a nostalgia é capaz ?
lembro-me da boneca-de-pano
afogada, agora jaz
nos oceanos do passado
não reconheço o que vejo,
será meu este rusto enrugado?
Meu peito murcho
já não quer palpitar
meu pulmão escuro
teima em não respirar
Será a hora do fim?
Irá mesmo terminar assim?
Doce como pudim?
Terminará nas espumas do mar
na saudade de uma jangada
saudades não vou deixar
Terei a voz silenciada
pelos cochichos
dos sacos de lixo
na beira do mar
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