sábado, 28 de abril de 2012

suína



Me sinto preso num chiqueiro
feito um porco que perdeu as penas
e que tenta fugir loucamente
mas as cercas são grandes demais
e seus gritos são apenas barulhos
e seu choro é apenas despertador

Eu vejo escrito nessas grades
que só sairei daqui para a morte
e que eu não posso
por não ter coragem
escolher quando sairei

Existem muitos homens por trás disso
que lucram em cima de mim
e me fazem viver assim:
 preso

Eu sei que quando sair daqui
ele me comerão e me torturarão
apesar de acharem que eu estarei morto
eu não estarei

mas eu não vou fazer nada
pois minha força do pensamento
não pode vencer músculos
nesse mundo físico em que vivemos

Me sinto porco e sujo
mas sei que eles são mais

3 comentários:

  1. Você não pode mudar o mundo. Mas pode mudar a parte do mundo em que vive. Só que antes disso, é preciso mudar a si mesmo. E isso não é uma tarefa tao fácil. Excelente poema! Beijos ;*

    ResponderExcluir
  2. querido, estou em dívida contigo, né?! Desculpe o sumiço, mas os dias tem sido bem corridos... Acabei não pensando muito mais a respeito daquele lance, até pensei, mas não me veio nada muito diferente do que te disse antes... E você amadureceu algo nesse tempo?!! Abração!

    ResponderExcluir
  3. Ah, seu último comentário lá me deixou bem emocionado!! Muitíssimo obrigado!! Outro abraço!

    ResponderExcluir

Ninguém é autossuficiente de pensamento.

caiçaras oscilantes

 meu povo, queimado de sol que só ele, unifica os grãos de areia, que perdidos pelo mundo vagueiam sob o vento em novas praias. praias do li...