Um homem qualquer.
Vagando pelas noites como quem procura droga em casas de santos.
Garganta que dói, olhar que arde. Cérebro pulsante de insônia e
incompreensão. Cheio de saudades e meticulosamente atrapalhado. Uma
pessoa com medo do destino, que se imagina daqui a quinze anos, dando
conselhos para um adolescente.
Eu realmente não sei
no que acredito. Por hora, acredito num deus impotente, num Deus
sarcástico. Acredito num grandessíssimo filho da puta.
Espero ansiosamente o
dia em que uma arma atirará à esmo uma bala perdida, no tempo e no
espaço. Essa bala caminhará por meu corpo, dilacerando minhas
esperanças de um mundo melhor, estragando as mentiras que eu já
contei e fazendo feliz as pessoas que não me querem aqui.
Espero o dia em que eu
terei de fingir ser responsável, dentro de uma roupa engraçada e
quente. Espero o dia em que eu acordarei com a responsabilidade nos
ombros.
Acordarei com a boca
seca. As pernas mais lindas do mundo estarão ao meu lado.
Eu acordarei feliz.
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Ninguém é autossuficiente de pensamento.