Sou meio do povo, meio escorrido
Sou das festas e das pedras da rua
Daquele homem do mundo
que me ofereceu um pedaço de osso
Às vezes esqueço de ser meu
nestas distâncias que me cercam
não me sigo nessa rua
Eu sou de quem me ama
sou das cartas, das mensagens
talvez eu até seja um pouco eu
Faz tempo que não construo
um poema que fere
ando construindo um muro
dentro de mim
Esses dias chuvosos não me deixam secar
sou o concreto do cotidiano
vernáculo estrangeiro, público e surrado
sou o que você pisa todos os dias
sou o que você já cansou de pisar
e ainda pisa por necessidade
Vocês precisam pisar em mim
Mesmo fugindo da gramática
eu ando ensolarado
mesmo fugindo da física
eu não ligo mais pra gravidade
Apesar da fuga cotidiana
ele estava feliz
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Esse me emocionou e não é culpa somente dos últimos dias (tanto pra contar - mais pela força do que pelo volume), mas porque de fato me cheirou à maturidade poética. Vou ter que dizer: arrasou!
ResponderExcluirNovas mensagens surgirão, mas antes preciso encarar eu mesmo certas palavras...
Abração!