domingo, 4 de agosto de 2013

Caim VII

Talvez a cidade nos abrace.
Quem dirá que carrega uma arma,
empunhada em suas costas bem definidas?
Talvez esteja esperando o momento certo
para apunhalar em cheio
meu peito. Ou talvez nas costas.
No lugar mais indecente.

Pessoas passam por mim sem mudar a minha vida
ou sequer o curso de qualquer rio ou córrego.
Simplesmente passam.
Sem barcos, peles ou irradiações.
Pessoas sem traços.
Nos shoppings, nas ruas e nas praças.
Paira no ar este gosto artificial.
Este gosto de bocas, de lanches e de vidas.
Tudo artificial, assim como você, eu e este poema rubro.
A humanidade é uma grandiosa imagem
meramente ilustrativa.
Uma propaganda mal feita.
Pensada por gente defeituosa.
Artificial.

Todos somos um macarrão instantâneo.
Sem o tempero especial.
Naquele momento grotesco.
Fora da embalagem mas sem estar na panela.

E mesmo assim, há alguém que nos devore
em algum momento desta vida absurda.
Como se não houvesse esperanças,

nos devoram.

Um comentário:

Ninguém é autossuficiente de pensamento.

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