sexta-feira, 26 de julho de 2013

O pulso para o relógio

O tempo é um ser realmente cruel
Ele tem  uma adaga afiada escondida
esquecida entre suas vestes brancas mal lavadas;

Seu rosto é vazio e não seria descrito
nem que fossem versados mil tercetos
ou mesmo alguns milhares de quartetos
Todos eles seriam tão vazios quanto este.

O tempo tem se arrastado
com uma bola de ferro presa aos pés.
Talvez o tempo seja um prisioneiro.
Ou seria eu seu prisioneiro mais novo?

O tempo é quem está preso! Desses crimes sou inocente.
Não tenho minhas mãos sujas de sangue.
Minhas digitais não são as mesmas
que gravam a arma do crime.
Não tenho as mãos sujas de sangue
Não tenho tanto sangue no coração.

Ah, querida, os médicos ainda não provaram
que realmente há um coração batendo em meu peito.
Estranhamente, há um fluxo constante de sangue,
que transporta o oxigênio, que entra erroneamente
por minhas narinas fatigadas, até os meus órgãos.

Órgãos corroídos.
Corroídos por quem?
Pelo sujeito com a bola de ferro presa aos pés.

Talvez o fluxo não seja resultado de um bom coração.
Talvez haja um mecanismo complexo
que faz com que a vida percorra meu corpo.
Esse mecanismo talvez seja você.
E se o tempo vier te levar embora,
eu já cresci. Já produzi minhas armas.
Já sei me defender e defender meus amores.

Será que meu sangue é Vermelho?

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