quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Sagração

à Luís

Peito
Peito
Coração inocente.
É o verão que se sagra
nas chuvas deste inverno.
Pinto as paredes do mundo,
planto flores enfeitiçadas
nos vasos decorativos.
internamente, refaço os rebocos.
Uma completa desconstrução.
Arquitetura solitária, nessa doce noite
de gigabytes ignóbeis.

Não há concertos nessas linhas.
Meus poemas não são a liga
que sustenta grandes edifícios.
Nem ao menos são tijolos.
Doses de agonia em copos de shot
que afogam o chão da vida

Biologias ou físicas não se encontram.
Exatidão mandou cartas
que abarrotaram a caixa de entrada.
Não há cura nesses versos.
Há uma espécie de líquido,
sem cheiro nem gosto.
Talvez esperma divino.
Vômito infernal.
Foge de nós.

Você sente o rabo
deste bicho estranho
fugindo por entre suas mãos.
Quase o pega, mas ele se vai.
Vai.

Vai como o seu peito se foi.
Peito
Peito
Coração dilacerado

8 de setembro.

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