sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

o refrigerante

Eles estão indo embora.
As mesas estão ficando
vazias e serenas.
Não posso prender,
não tenho nada fixo
em mim para amarrar
qualquer coisa.

eles estão indo embora.
a lista de chamada
já não se faz necessária.
bater o ponto, ler a retina,
a impressão digital,
o caminho neuronal.

e ultrapassam a linha
que define o dentro e o fora.
Não há leis nem filosofias.
Apenas a escatologia
da evasão. A fisiologia
da solidão de cada um.

Está infantilizado o ato
de não pensar em nada
de não ser nada
de sonhar.
Mas me deixaram adulto
e eu sei que o que penso
não vale.
O que sou não é
e o que sonho
não se realiza.

Todos os que fugiram
apontam para meu rosto
e me dizem que a vida é biologia.

Eu não aprendi biologia na escola.

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