como se a madrugada fosse uma flor comestível,
uma limonada sem açúcar, um terremoto que de
tão pequeno passa despercebido, como uma palpitação
do pequeno coração que se protege sob as costelas:
você me engole sem mastigar, me toma sem contrações,
me sente como se eu fosse estar na tua cama em alguma hora
do dia de amanhã.
há algo no meio da noite.
algo que eu não sei explicar.
e se aparento querer dizer algo
é porque digo e ninguém escuta.
e tudo isso me parece ser uma espécie
de herança partilhada, sem envolvimento
judicial ou planetário.
uma conexão inata.
rios ligando mares.
mares de sal, para todas as nossas feridas.
as passagens, a estadia, o cansaço da viagem:
tudo esgotou.
só tenho mesmo a bagagem.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
caiçaras oscilantes
meu povo, queimado de sol que só ele, unifica os grãos de areia, que perdidos pelo mundo vagueiam sob o vento em novas praias. praias do li...
-
É um alívio poder escrever de novo Num ritmo leve ao sabor do canto sobre os mares dessas águas sobre os verdes desse louro quem diria que v...
-
ruínas. apenas nós por aqui. olhar mais uma vez esses teus olhos de cigana. não mais oblíqua e nem dissimulada. de cigana apenas, que...
-
Ela é água turva que não me deixa colher o ouro Nas noites que eu corro de mim, ela aparece e me traz de volta. Nos dias em que eu me...
''e se aparento querer dizer algo
ResponderExcluiré porque digo e ninguém escuta.'' sério, isso é lindo demais para eu ler sozinha. o mundo deveria ler isso, sabe. acho que aliviaria tanto desassossego...