não fizemos mais isso,
como voce sussurou
no banheiro
que voces ja sabem as caracteristicas.
mas nao foi pelo mesmo motivo daquele dia.
é por algo maior,
que pode talvez esclarecer a existência humana,
num gemido de gozo ou numa briga matinal.
eu também tenho medo desses lugares muito grandes,
que ecoam o som da minha fala sobre superfícies
espelhadas. e eu, que sou um espelho do mundo,
me perco em reflexos.
mas ainda bem que sou rápido
quando se fala em reflexos.
reflito
sou forte. forte como
o saber do coentro
dentro de uma feijoada.
um agente triplo, que ouve e sabe
de tudo. esta em todos os lugares,
mas sempre sutil.
estou em todos os lugares, mas sempre sutil,
como uma versão piorada do divino maravilhoso:
deus.
acho ao mesmo tempo
sub e super estimado
a ideia que você tem de Deus.
mas seus labios ainda sao os mais bonitos,
as ondas do cabelo e o olhar que cortava,
mas cauterizava logo em seguida,
como aquela faca de um poema meu antigo.
a verdade é que deus está
do lado de cá. venham, meus caros.
venham. entrem.
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Ninguém é autossuficiente de pensamento.