Sem braço e sem perna.
Sem casa nem tempo.
Sem tempo pra dizer que não te amo.
Que talvez ame, lá no fundo.
Que nunca te amei.
Que amo como quase nunca.
Eu nunca te liguei.
Apenas escrevi poemas.
Nunca fiz declaração.
Falta-me créditos no pré-pago.
Arrumo mil desculpas.
Digo que tô atrasado.
E realmente estou.
Atrasado na hora de te beijar.
Puxar teu rosto de encontro o meu.
Te fazer sentir-se segura no meu abraço.
E beijá-la como se amanhã fosse sábado.
O eco é raro, pois o silêncio prevalece.
Passamos toda a manhã. Eu olho pra você.
Resolvo uma questão de química
e volto para meu trabalho diário
de admirar tua simplicidade.
Escuto teus anseios.
Morro um pouco a cada nome masculino que ouço.
Mas ponho a pensar o que é melhor pra você.
vê-la feliz é o preço que eu sempre pagarei.
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