O pavio é o sexo das minhas artérias.
Os sapatos dos homens já não diferem
cor da pele ou divindades.
Os homens compraram sapatos novos
para pisar no mesmo mundo velho.
Eu tiro os sapatos e minhas vestes
depois de um dia repleto de remédios.
Remediações.
Remendos.
assinatura de contratos
esquecimento das nações
A medicina não cura
e a filosofia já não pensa.
Se o amor incendiar meu coração,
as artérias se acenderão.
O pavio iluminará
nossa vazia escuridão.
Nunca deixem que eu ame.
Nunca permitam que o anjo caído
retorne aos céus, com suas asas cortadas.
Porém não permitam que este vos caia
ao inferno, oasis de delícias.
Deixem-me explodir no solo.
Acabar com as cidades e com as ruas.
Molestarei as esquinas e ensinarei aos homens
o que significa todas estas letras
que chegam às suas retinas fatigadas.
Meu coração não é a pedra.
Assim como o mensageiro que é a mensagem,
sou a pedra do meio do caminho. A passagem.
O meio a caminho do fim.
sexta-feira, 30 de agosto de 2013
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