Meu bem,
No jogo de poker não sou eu.
Não sou eu nas fotografias
e nem nessas mensagens.
Na faculdade, na escola,
nos ônibus e nas festas: não estou.
Estou no teu colo, na tua mão.
Sou no teu riso singelo e tímido.
No teu abraço desesperado,
na tua voz distante quando
a hora chega. Eu sou.
Desejando universos novos
e que neles você esteja sorrindo.
Queria que meu corpo fosse maior.
Queria te abraçar e fazer minha pele
desaparecer com você do lado de dentro.
Fazer com que você não vivesse
mais no mundo, apenas dentro
de mim. Te tirar os espinhos, te
mostrar todos os livros, filmes, músicas e quadros.
Te mostrar a totalidade incompleta que ainda não sou.
A mãe que dá colo e carinho ao bebê.
Essa espécie de mãe desajeitada, com
cabelos despenteados, sujo e malfeito.
Essa espécie de mãe cheia de medos e
aflições. Cheia de ataduras e bandagens.
O mundo nunca está a meu favor.
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Você sabe como acalmar meu coração aflito sem ao menos achar que deve fazer isso. Esse poema foi o afago que precisava nessa hora. Obrigada por continuar escrevendo tudo o que seus leitores precisam ler e sentir.
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