quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Tijolo branco

Quarto sujo, mente suja.
Mente podre, fantástica.
Lençóis manchados das
mil e uma coisas que meu
corpo sujo carrega.
Vida manchada pelas
mil e uma coisas que
jogaram em mim.

Não me perguntaram nada.
Não perguntaram se eu fumo,
mas me deram o cigarro.
Se eu fumasse, haveriam
cigarros jogados no chão.
As janelas se abrem antes
do sol nascer, para ver o
céu preguiçoso. Para ver
o dia que não existe ainda.
Na verdade, não há janelas,
e também não há dias.
Apenas um homem bom.
Por vezes bom demais.
Demasiadamente humano,
porém bom. Paradoxo.

Cabelos, muitos cabelos,
sofro um pouco com a queda.
Livros que não li e poeira que
incomoda o meu nariz. Papéis.
Ácaros e insetos não comestíveis.

Nesse mundo meio louco
eu me pergunto numa manhã
de luz pesada:

Onde dormem os gênios?


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