As facas são muitas.
Os cortes, as cicatrizes.
Os desejos são muitos.
Muitas das facas são
impossíveis de se ver.
Dos cortes não tenho
mais as suturas vazias.
Das cicatrizes não tenho
mais as lembranças.
Dos sonhos eu tenho
os irrealizáveis, todos
eles guardados nos
bolsos.
Deus fez dos meus
bolsos furados.
Deus fez muita coisa
que eu não compreendo
nem o porquê nem o
porém. Deus é cheio
de erros e acertos.
Destinos cruzados e
coisas do acaso.
Quem dera Deus
fosse meu companheiro
de mesa de bar...
São muitas
facas, mas eu não
sou açougueiro,
não sou cozinheiro
e nem sushiman.
Não sou digno de muito.
Sou digno ter muito para
dar para os que necessitam.
Acho que ninguém quer morrer sozinho.
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Ninguém é autossuficiente de pensamento.