Vai, João.
Pode ir.
Empurre sua carroça de incertezas.
Não leia os anúncios das marcas e
nem o livro de regras. Siga fazendo
suas coisas. Suas pequenas coisas
malfeitas sem valor absoluto para
o mundo.
Siga em frente, cabeça pra cima.
Levante seu olhar, mesmo quando
seu pescoço não existir mais. Sem
sustentação. Sem motivos, esperança,
futuro ou paz.
Morreu a liberdade alcançada, o cavalo
solto das rédeas e a garganta que não
dói mais.
João, vá.
Empurre
sua locomotiva.
Leve o carvão aos fornos. Alimente a
fornalha que um dia queimará teu corpo.
João, a carroça. Não esqueça das rodas
da carroça.
Observe a qualidade da estrada e o estado
deplorável de suas rodas. Mas continue, João.
Continue. Sem pagamentos, sem esperanças.
Apenas continue.
João, o sentido que você não encontra.
A paz que você não tem e a alegria que
não está presente no riso que mancha
o teu rosto.
Não pare, João.
Mesmo que não haja mais tempo, mesmo
que o tempo seja falho. Mesmo que não haja
um pódio e que suas medalhas enferrugem.
João, mesmo que sua força não mova o mundo
que você carrega, continue empurrando.
A vida não tem que fazer sentido.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
caiçaras oscilantes
meu povo, queimado de sol que só ele, unifica os grãos de areia, que perdidos pelo mundo vagueiam sob o vento em novas praias. praias do li...
-
É um alívio poder escrever de novo Num ritmo leve ao sabor do canto sobre os mares dessas águas sobre os verdes desse louro quem diria que v...
-
ruínas. apenas nós por aqui. olhar mais uma vez esses teus olhos de cigana. não mais oblíqua e nem dissimulada. de cigana apenas, que...
-
Ela é água turva que não me deixa colher o ouro Nas noites que eu corro de mim, ela aparece e me traz de volta. Nos dias em que eu me...
Diz o outro (Richard Dawkins) que a vida tem um único sentido: manter-se viva!
ResponderExcluir