Tenho medo dos ratos.
Há um mundo circular
para me proteger
de mim mesmo.
A força que ponho
na corrida para o destino
não faz sentido
quando equiparada
com a força que dedico
ao descanso.
Não estou cansado.
Mas estou. E descanso.
E quando descanso, canso.
Tudo por aqui anda escuro,
com o mofo escorrendo pelos lábios.
Onde andarás?
As cores não mudaram muito,
nem os endereços.
A disposição dos móveis,
o apelo do teto e meus sonhos.
Você não está neles.
Não devo falar sobre o tempo.
Não devo fechar a porta para os ratos
não entrarem. Seria falso dizer que sou
um cidadão.
Ainda tenho as dores na coluna,
as crises alérgicas continuam frequentes.
Ir àquele lugar nos fins de tarde
ainda me faz mal, mas faz bem ao mesmo tempo.
Uma faca que corta e cauteriza.
um sorriso que maltrata
e faz sorrir.
A esfera sempre tem o mesmo peso.
E eu ainda tenho que aparar minhas
extremidades, pois sou o quadrado
sem área, sem volume.
ignóbil.
quinta-feira, 20 de março de 2014
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