terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Marverick

Confesso de cara limpa
Que fui ao dicionário
Pra confirmar o que é uma promessa.
Há tempos que não sei
O que são muitas coisas.
Tenho que reaprender tudo,
Reler tudo, pois tudo se vai rápido.
Inclusive, estou indo.

Tudo é tão triste
Quanto se pode ser e
No fim das contas, não sobra
Nem trocados pra um trago barato
Seja lá do que for.
Não sobra.
O que resta é a insensatez
De estar aqui.
Correndo correndo.
Em círculos irregulares.

Reviso o diálogo,
Vejo os restos de uma fome,
Os desesperos de duas cidades,
De dois mundos
Que no fundo são iguais.
E distantes.
Não homem e mulher.
Não lábios distantes.
Apenas a mesma solidão
Devastadora
Que emplaca hits de sucesso
À base de pessimismo.
Na vontade de não existir, já existimos.
É como estivéssemos à espera
De uma brecha pra ver
A luz. Mas admito que já
Me contentaria apenas com a escuridão.

Encha o tanque, por favor.

2 comentários:

  1. Como eu disse, qualidade pra mim é o que toca. E você toca perfeitamente bem. Sua poesia é isso, sentir.

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  2. Imaginei você num Marverick, tanque cheio, muito vento na cara, luz dos faróis cortando a escuridão, destino algum possível de ser vislumbrado... Você alimenta-se das curvas!!!
    ;)

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