sábado, 24 de agosto de 2013

"e aí, como é namorar uma fã, João?"

Eu nunca tive dinheiro sobrando. Nunca tive muita coisa comigo. Se hoje meu patrimônio for revisado, encontrarão apenas alguns livros velhos, alguns cadernos, histórias, palavras e coisas sem valor para o mundo. Eu me construí assim ao longo do tempo. O que teria eu a dar para alguém que gosto? Um beijo, talvez. Um abraço. Um poema. Algumas palavras soltas numa madrugada sem destino.
Nunca prezei por esses desejos de dinheiro ou coisas materiais. Se nunca tive comigo muito, muito menos é o que eu desejo. Eu desejo saber o que a vida tem a me ensinar. Você faz parte disso. Você é algo que eu desejo aprender. Os mínimos detalhes, as mínimas exceções.
Satisfaço-me com o pão, a água e a felicidade dos meus amores. Eu amo aqueles com quem me preocupo. As maiores declarações de amor que te fiz foi quando pedi para tomar o remédio pra dor de cabeça e quando tentei disfarçar a falha de não ter estudado sobre os conflitos de ordem mundial e te li um pouco sobre climas e outras bobagens geográficas que não valem muito se comparadas com o resto que a vida tem a nos ensinar.
Eu sou um João esquesito. Tenho desejos estranhos e soluções cabeludas para meus pequenos problemas do cotidiano. Eu não sou de seguir as regras, querida. Não gosto muito de aniversários. Não sou muito de ceia de natal nem das festas de grandes massas.
Sou frio quando o clima é frio e quente quando o clima é quente. Você me sente quase sempre. Siga minha temperatura. Ou pelo menos entenda e respeite-a. Eu não vou ser sempre o que você espera, ao menos que você espere que eu seja o João. Este ser escatológico e inquilino do muro que vos escreve.

"Só estou matando meus inimigos para sobreviver. Mas para onde quero ir?"
Me indique um dos seus caminhos ou me ensine a se perder com maestria. E sorria, Vermelha. Este é pra você. 
<3

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